sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Os Sete Gatinhos peça do diretor nelson baskerville, conta a história de Noronha, interpretado por Renato Borghi, que trabalha no Senado servindo cafezinho de Contínuo, para que sua filha mais nova possa se casar virgem, mas algo inesperado acontece e ela que cuidava com tanto zelo e carinho de uma gata prenha que apareceu no colégio acaba matando a gata a pauladas e é expulsa do colégio. A família fica perplexa e não entende porque uma moça dócil e carinhosa cometeu aquele ato de barbaridade. Suas irmãs trabalham como prostitutas e o pai leva os senadores para que possam transar com elas e ele se satisfazer escutando as histórias. Ou seja, Nelson Rodrigues traz as inquietudes e desmascara a classe média. Com ótimas interpretações. A história de Os Sete Gatinhos passa por incesto, familia desestruturada, e neuróticas. Toda a família sai a caça do homem responsável por tirar a virgindade da filha que era a salvação da família e representava a única coisa que esta família ainda tinha de bom. Este homem que todos procuram é o homem que chora por um olho só e que acaba por ser confundido pelo Bibelo, um autentico malandro que namora uma das filhas de Noronha e acaba morto. Mas ele não é o culpado pela perda da virgindade da moça. O final da peça é surpreendente e Nelson Baskerville soube levar criar uma peça que tem muito a dizer.
A diretora teatral Christiane Jatahy, trouxe aos palcos na peça Julia, uma montagem que mistura cinema e teatro em um mesmo ambiente. Com imagens reproduzidas em um grande telão os atores interragem com o que acontece e somente pode acontecer no cinema. Como a festa que Julia da em sua mansão. A visão é mostrar o preconceito velado de uma menina rica que se descobrindo sua sexualidade e seu poder de sedução brinca com os sentimentos do motorista da familia. Com atuações impecáveis a peça traz os atores: Julia Bernart e Rodrigo dos Santos. Uma das extratégias da peça é utilizar da quebra da quarta parede e colocar um diretor de video que filma trechos da peça e a reproduz no mesmo momento sob uma nova prespectiva, como se o olhar do público muda-se a medida que assiste os atores no palco ou vê o olhar do diretor sobre os atores. Desta maneira em trechos da peça o diretor mandar a cena ser cortada, os atores voltarem as marcações originais. Algo que poderia dar errado no teatro se mostrou muito bem feito e de uma criatividade que deu ao texto de August Strindberg, uma nova roupagem.
A peça Toda Nudez será castigada de Nelson Rodrigues
encenada no Teatro Anchieta no Sesc Consolação, celebra os 100 anos que o dramaturgia viria a fazer caso estivesse vivo. Um dos maiores diretores teatrais Antunes Filho e uma das mais aclamadas companhias teatrais CPT levaram aos palcos a peça clássica de Nelson, que já virou filme nas mãos de Arnaldo Jabor. Herculano esta em casa e recebe uma gravação de Geni: Herculano aqui quem lhe fala é uma morta, assim começa a peça. Herculano é um viuvo que perdeu a mulher vitima de cancer nos seios, seu irmão Patrício interessado que Herculano volte a o sustentar lhe apresenta Geni, prostituta por quem o viuvo se apaixona. Seu filho não aceita o casamento e acaba em um bar, brigando e sendo preso. Na cadeia Serginho é estuprado por um boliviano. Serginho da forças a Geni para se casar com seu pai, com a intenção de vingança, pois não suportava o ver com outra mulher que não fosse sua mãe. Desta forma, Geni, se apaixona por Serginho, que no final da peça, foge com o boliviano e Geni se suicida. O grande problema da peça que tinha ingressos esgotados por um mês, era que Antunes se focou no texto e deixou todo o cenário da peça esquecido. Por exemplo: Quando Herculano liga para Geni, os atores utilizam a mão como um telefone. Não existe um telefone em cena. Existe também um grande vazio em diversas cenas, não explicadas e não presentes no texto de Nelson Rodrigues e nem no filme de Arnaldo Jabor. A primeira cena mostra um menino de costas com os braços estendidos como o Cristo do Corcovado interpretado pela atriz Daphne Bozaski que entra mudo e sai calado, não tendo nenhuma menção em qualquer parte da peça. Também existe um homem no fundo do palco que fica dançando sozinho tango de forma intermitente enquanto as cenas e dialogos dos outros atores acontecem no palco, não tendo nenhuma relação com a peça e o ator não possui diálogos. Também existem jovens prostitutas que correm de uma lado para outro no palco e só. Ao que pareceu, Antunes tinha diversos atores do Centro de Pesquisas Teatrais desempregados e resolveu dar uma chance a todos e se esqueceu de lhes atribuir um porquê de estarem na peça. Para quem deseja assistir a peça: Teatro Sesc Anchieta Rua Doutor Vila Nova 05/10 a 16/12. Sextas e sábados, às 21h. Domingos, às 18h. Exceto dias 07 e 28/10 R$ 32,00
O livro: O Harém de Kadafi, conta a história de Soraya, uma jovem adolescente que com 15 anos, foi escolhida entre diversas garotas de sua escola para entregar flores ao lider da revolução na Líbia A Muammar Kadafi. O fato é relatado a jornalista Annick Cojean que estava em Tripoli capital da Líbia trabalhando para o jornal frances Le Monde e queria ouvir as histórias e o papel das mulheres libanesas na revolução. Um fato que a jornalista jamais podia sonhar era o relato dessa e de outras jovens sobre o que acontecia nos subsolos do palácio. O estupro era usado como arma de guerra na Líbia e paar a família isto era uma grande vergonha, punida com a morte. Desta forma o livro narrado em primeira pessoa é um trabalho extraordinário de uma jornalista que deu voz a uma mulher frente a uma sociedade machista e patriarcal. Em mais de 200 peaginas são relatados caos de violência, mortes e prisões arbitrarias e como funcionava a guarda feminina de Kadafi que se dizia o libertador da opressão que as mulheres viviam na Libia. Esse livro é de fundamental importância para quem deseja conhecer a Primavera Arabe e tentar entender o que viveu uma das mulheres que passou cerca de cinco anos com o maior despota do século XX.